O Diabetes Mellitus representa uma doença prevalente em todo o mundo e caracteriza-se por elevados níveis de glicose no sangue. A hiperglicemia crônica acelera o depósito de placa de colesterol em nossa microcirculação, aumentando o risco de complicações circulatórias, tais como, nefropatia diabética, alterações oculares e comprometimento da circulação das pernas.
Além das alterações citadas acima, a progressiva perda de função dos nervos periféricos sensitivos também constitui uma importante complicação associada ao Diabetes Mellitus. Estudos já comprovaram que o estado hiperglicêmico promove a destruição da bainha de mielina dos neurônios presentes nos nervos sensitivos periféricos, que é responsável pela transmissão dos estímulos nervosos.
Em decorrência deste processo, todo paciente diabético evolui ao longo dos anos com a Neuropatia Periférica, que se caracteriza pela disfunção neurológica associada ao Diabetes. A perda da sensibilidade nos pés representa o grande impacto da neuropatia na população diabética, aumentando o risco de lesões nos pés e constituindo o ponto de partida para a formação de calosidades, deformidades e a tão temida úlcera neuropática, conhecida como Mal Perfurante Plantar.
A úlcera diabética ou neuropática desenvolve-se geralmente na planta dos pés, no local de maior pressão corporal, e caracteriza-se por uma ferida de difícil cicatrização e sempre suscetível a processos infecciosos. A osteomielite com destruição do tecido ósseo adjacente é comum nos pacientes portadores do Mal Perfurante Plantar, aumentando o risco de perda o membro devido a múltiplos acometimentos: neurológico, circulatório e infeccioso.
A perda de sensibilidade nos pés traduz-se clinicamente pelo formigamento sentido pelo paciente ao longo do dia, especialmente no período noturno. Deficiência nutricional, em particular de Vitamina B12, disfunção circulatória e falta de atividade física representam outras causas que podem ser responsáveis pela presença de formigamento nos pés. Em todo caso, a neuropatia periférica deve ser sempre investigada, devido ao risco de complicações.
A associação entre a Neuropatia Periférica e a Insuficiência Circulatória aumenta a intensidade do formigamento nos pés e da falta de sensibilidade nas extremidades do corpo, exigindo avaliação diagnóstica multidisciplinar. O Doppler Vascular deve ser realizado de rotina nos pacientes diabéticos, uma vez que o processo aterosclerótico é acelerado devido ao estado hiperglicêmico, prejudicando a circulação periférica e aumentando o risco de perda do membro.
A presença de formigamento nos pés representa um sinal de alerta, exigindo avaliação vascular e neurológica do paciente diabético, com o intuito de reduzir o risco de formação do Mal Perfurante Plantar e de evitar as complicações circulatórias decorrentes da úlcera neuropática. Para maiores informações sobre os cuidados com os pacientes diabéticos, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.