As doenças circulatórias, particularmente as doenças que se desenvolvem nos segmentos arteriais do corpo humano, representam uma preocupação para os profissionais da área da saúde, uma vez que estas entidades clínicas podem evoluir de maneira insatisfatória com a perda do membro acometido, com sequelas irreversíveis e até mesmo com a morte de origem cardiovascular.
Dentre as alterações circulatórias mais frequentes, a doença das artérias carótidas, o infarto do miocárdio e a doença arterial periférica (“má circulação”) ocupam posição de destaque por sua elevada incidência, sua gravidade e seu risco de intercorrências clínicas e cirúrgicas.
Registros internacionais comprovaram que geralmente as doenças vasculares não se instalam em nosso organismo de maneira isolada, mas sim com acometimento de múltiplos territórios arteriais. Estima-se que aproximadamente 20% das doenças circulatórias expressam comprometimento simultâneo nas artérias carótidas, nas artérias coronárias e nas artérias das pernas. Portanto, grande parcela da nossa população corre o risco de desenvolver isoladamente ou em conjunto o quadro clínico compatível com derrame cerebral, infarto do miocárdio e doença arterial periférica.
Pesquisadores de grandes centros médicos internacionais estão constantemente em busca de opções terapêuticas que ofereçam proteção vascular completa aos seus pacientes, com redução do risco de derrame cerebral, infarto do miocárdio, doença arterial periférica e morte por causas cardiovasculares. Medicamentos antiagregantes plaquetários e com ação anticoagulante são os mais utilizados na prática clínica, todavia ainda com pouca evidência científica de proteção vascular completa e alto risco de complicações hemorrágicas.
Recentemente, foi publicado no prestigioso periódico internacional THE LANCET o estudo COMPASS, que analisou em 7470 pacientes com doença arterial periférica o efeito da dose reduzida de anticoagulante em duas tomadas diárias em associação com a administração única diária de antiagregante plaquetário.
O intuito clínico da nova opção de tratamento para doenças circulatórias foi reduzir a dose do anticoagulante e estratificar sua ingestão em duas tomadas diárias para diminuir o risco de sangramento. A associação do anticoagulante em baixas doses com a medicação antiagregante plaquetária permite a proteção vascular tanto na via fisiopatológica da agregação plaquetária quanto na prevenção do coágulo sanguíneo.
Os resultados deste estudo são animadores e oferecem ao Cirurgião Vascular uma nova perspectiva no tratamento e condução clínica dos pacientes portadores de doenças circulatórias. A redução no risco de infarto do miocárdio, derrame cerebral e morte cardiovascular foi de 28%. Em relação a doença arterial periférica, houve redução de 44% no risco de isquemia arterial aguda, 46% no risco de eventos adversos em membros inferiores e 70% no risco de perda do membro. Se houver antecedentes pessoais ou familiares de doenças circulatórias nas artérias carótidas, nas artérias coronárias ou nas artérias das pernas, procure seu Cirurgião Vascular. Para mais informações sobre tratamentos modernos das alterações vasculares, acesse meu site (www.drsthefanovascular.com.br).