É indiscutível que a trombose venosa profunda representa uma das principais complicações da atividade tumoral. Estima-se que o risco de eventos tromboembólicos aumenta 7 a 9 vezes nos pacientes em tratamento quimioterápico e com proliferação das células neoplásicas para outras regiões do corpo humano.
Para aqueles que desconhecem o verdadeiro significado de um evento tromboembólico, aproveito a oportunidade para esclarecer ao nosso leitor que a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar representam as principais complicações tromboembólicas associadas ao câncer. Estudos moleculares demonstraram a forte atividade pró-trombótica das células tumorais, especialmente quando há crescimento neoplásico e presença de metástases.
Todo paciente com câncer deve estar atento aos primeiros indícios do fenômeno trombótico. Portanto, se um paciente com câncer de mama desenvolver durante seu acompanhamento oncológico o quadro clínico de dores nas pernas, acompanhado de inchaço e endurecimento da musculatura da panturrilha, a avaliação médica com o Cirurgião Vascular é obrigatória. A trombose venosa profunda deve ser pesquisada, a fim de que o tratamento oferecido reduza as chances de embolia, prejudicando a circulação pulmonar.
A trombose venosa profunda caracteriza-se pela obstrução do segmento venoso por um coágulo de sangue, com importante prejuízo ao retorno venoso do sangue da periferia do corpo em direção ao coração. Dentre as neoplasias mais associadas a eventos tromboembólicos, destaco o câncer de pâncreas por sua agressividade, e o câncer de próstata e de mama por sua elevada incidência em nossa população.
Caso você esteja em tratamento quimioterápico ou em programação cirúrgica para remoção do tumor, é importante a profilaxia contra eventos tromboembólicos. As cirurgias oncológicas, atualmente, constituem um dos fatores de risco mais relevantes para o desenvolvimento de fenômenos trombóticos, sendo orientado a profilaxia pré-operatória e a extensão do tratamento no pós-operatório com doses baixas de anticoagulante.
Por outro lado, se você é um paciente oncológico e foi diagnosticado com trombose venosa, o tratamento anticoagulante com dose plena é necessário para evitar a progressão para embolia pulmonar. A recomendação atual é manter o tratamento por pelo menos 3 meses, com anticoagulação prolongada enquanto houver atividade tumoral.
A avaliação periódica com o Cirurgião Vascular é de suma importância, devendo ser realizada em todas as etapas do tratamento oncológico, mesmo depois que for considerado o quadro de remissão tumoral ou após a remoção da massa neoplásica. Além disso, a quimioterapia não precisa ser realizada apenas através de punções venosas periféricas. O cateter de Porto-Cath representa uma opção viável para a infusão das medicações quimioterápicas, melhorando a qualidade do atendimento oncológico.
A prevenção da trombose associada ao câncer depende da conscientização do paciente frente ao risco de eventos tromboembólicos, devendo ser estimulado o acompanhamento médico a cada ciclo do tratamento tumoral. Algumas sugestões para prevenção da trombose nos pacientes com câncer:
- Na presença de dores nas pernas, inchaço e veias inflamadas, procure imediatamente seu Cirurgião Vascular.
- Mantenha profilaxia para trombose se houver crescimento tumoral e durante o período de quimioterapia.
- Faça o controle laboratorial das medicações anticoagulantes.
- Mantenha hábitos alimentares equilibrados.
- A rotina de atividade física contribui para o quadro imunológico.
- A suplementação com antioxidantes e vitaminas, em especial a Vitamina C, é benéfica contra o câncer.
Para maiores informações sobre a relação entre câncer e trombose, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.