Estima-se que aproximadamente 25% da população brasileira sofra com níveis pressóricos elevados. A hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como “pressão alta”, constitui um importante fator de risco para doenças circulatórias, aumentando o risco de derrame, infarto do miocárdio e má circulação.
Ninguém percebe que a sua pressão arterial está se elevando, exceto quando a pressão sistêmica atinge níveis preocupantes, como nos casos de crise hipertensiva, que se caracteriza pela pressão arterial acima de 180 x 100 mmHg. Por seu caráter silencioso, a hipertensão arterial sistêmica representa um inimigo oculto que pode subitamente danificar a parede arterial, resultando em consequências irreversíveis e, até mesmo, incompatíveis com a vida.
A Dissecção de Aorta constitui uma complicação potencialmente fatal associada a hipertensão. A parede das nossas artérias é formada por 3 camadas (íntima, média e adventícia), que suportam altas pressões provenientes do bombeamento sanguíneo cardíaco. Em situações de hipertensão arterial severa, ocorre a ruptura da camada mais interna, a camada íntima, com consequente extravasamento de sangue entre as camadas da parede aórtica.
A progressão da Dissecção de Aorta resulta em infarto do miocárdio, insuficiência renal, oclusão arterial e isquemia circulatória grave. O controle pressórico representa a melhor forma de prevenir o quadro de Dissecção de Aorta, uma vez que a dor torácica associada à lesão arterial não permite, na maior parte das vezes, o diagnóstico clínico precoce.
A rotura de aneurismas cerebrais constitui outra complicação associada aos níveis pressóricos descontrolados. Os aneurismas formam-se em decorrência de processos degenerativos, que resultam no enfraquecimento da parede arterial. Como forma de adaptar-se à pressão sanguínea elevada, ocorre o progressivo aumento do diâmetro arterial. Nos casos de pico hipertensivo, o mecanismo adaptativo não é capaz de suportar a elevação pressórica, ocorrendo a rotura da artéria aneurismática.
A rotura dos aneurismas cerebrais exige intervenção cirúrgica rápida, com drenagem do hematoma cerebral a fim de reverter a sequela neurológica e evitar o dano cerebral isquêmico. De modo semelhante ao quadro de Dissecção Aórtica, a rotura do aneurisma cerebral, geralmente, não é antecedida por sintomas clínicos que permitam o diagnóstico e o tratamento precoces.
O controle dos níveis pressóricos representa uma medida obrigatória caso seja de conhecimento individual a presença de aneurismas cerebrais, mesmo que em diâmetros ainda considerados pequenos. Além do acompanhamento médico periódico, é necessário reduzir o consumo de sal na alimentação, manter a prática de atividades físicas e realizar o Check Up Vascular pelo menos uma vez por ano.
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