Quando uma pessoa chega ao consultório queixando-se de dores nas pernas e inchaço, é inevitável pensar na possibilidade de que o paciente seja portador de varizes nos membros inferiores. Por ser uma doença frequente em nossa população, acometendo tanto homens quanto mulheres, logo examinamos as pernas para identificar a presença de veias dilatadas, tortuosas e insuficientes, que possam explicar os sintomas dolorosos e a retenção líquida.
Na maior parte das vezes, entretanto, a preocupação recai sobretudo no aspecto visual e estético, com destaque para as veias aparentes e superficiais, de coloração esverdeada ou azulada, localizadas principalmente nas pernas e nos pés. Todavia, para o adequado diagnóstico clínico e o apropriado planejamento terapêutico das varizes dos membros inferiores é fundamental avaliar com detalhes a veia safena.
A veia safena representa o principal segmento venoso superficial dos membros inferiores. Com origem na circulação venosa dos pés, a veia safena é responsável por 20% do retorno venoso do sangue da periferia do corpo em direção ao coração e comunica o sistema venoso superficial com o sistema profundo, reduzindo o edema nas pernas e nos pés.
A cirurgia de ponte de safena, realizada pela primeira vez pelo cirurgião argentino Rene Favaloro, trouxe notoriedade à veia safena, demonstrando que este segmento venoso, além de participar do sistema circulatório, desempenha também relevante papel no restabelecimento da circulação coronariana e periférica, nos casos de infarto do miocárdio e má circulação, respectivamente.
Durante a avaliação da veia safena pelo exame de Doppler Vascular, os termos “refluxo” ou “insuficiência” comumente são empregados quando existe degeneração da parede venosa e consequente perda da sua função. Desta forma, quando a veia safena encontra-se insuficiente, o sangue, ao invés de retornar em direção ao coração, acumula-se nas pernas, causando hipertensão venosa crônica, que representa a base fisiopatológica das varizes dos membros inferiores e das complicações decorrentes da insuficiência venosa.
Quais são, portanto, os riscos associados à insuficiência da veia safena magna?
- Trombose Venosa. O sangue acumulado na veia safena insuficiente aumenta o risco de trombose venosa superficial, conhecido como Flebite. A trombose da veia safena, em decorrência de sua comunicação com o sistema venoso profundo, apresenta risco expressivo de evoluir para embolia pulmonar.
- Varicorragia. A veia dilatada, insuficiente e palpável, principalmente próximo ao joelho, quando rota, causa importante perda sanguínea com possibilidade de choque hemorrágico. Em pacientes idosos, que não enxergam bem, o risco de varicorragia é maior, exigindo atendimento em unidade de urgência e emergência para reposição volêmica e controle hemorrágico.
- Dermatite e Eczema. A hipertensão venosa devido à insuficiência da veia safena promove o depósito de pigmento férrico no tecido cutâneo, resultando em hiperpigmentação da pele e eczemas com sensação de coceira local. A evolução do quadro caracteriza-se por perda da elasticidade e do vigor da pele.
- Formação da Úlcera Venosa. A elevada coluna de pressão sobre o tornozelo, em decorrência da insuficiência da veia safena, aumenta o risco de ulcerações próximas ao tornozelo. Além do prejuízo estético e do impacto negativo sobre a qualidade de vida, a úlcera venosa constitui importante causa de afastamento do trabalho.
Para maiores informações sobre os riscos associados à insuficiência da veia safena, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.