A trombose venosa caracteriza-se pela obstrução do sistema venoso profundo, responsável pelo retorno do sangue das pernas e dos pés para o coração. Quando isto ocorre, existe um considerável risco deste trombo se desprender das veias periféricas, caminhar pela circulação sistêmica e terminar obstruindo vasos pulmonares, o que resulta em um quadro clínico de embolia pulmonar.
Sem dúvidas, a embolia pulmonar representa o principal problema associado a trombose venosa. Esta relação trombose – embolia ocorre devido à instabilidade inicial do trombo venoso, que não se adere firmemente a parede da veia, fenômeno que aumenta a probabilidade de desprendimento do trombo e impactação na circulação pulmonar.
Além da embolia pulmonar, existem outras complicações associadas a trombose venosa. A formação da úlcera venosa representa uma sequela do quadro trombótico, cuja presença afeta de modo significativo a autoestima e o bem-estar do indivíduo. Estas úlceras demoram para cicatrizar, exsudam, podem apresentar odor característico, exigem curativos específicos e cronicamente agridem a pele e o subcutâneo adjacentes, dificultando o uso de calças e sapatos.
O incômodo estético é inquestionável na presença de úlcera pós trombótica. Além disso, há prejuízo social e no trabalho. Estudos publicados recentemente demonstraram que a úlcera venosa pós trombótica representa uma importante causa de afastamento do trabalho e sobrecarga do sistema nacional de saúde, aumentando o número de adultos jovens economicamente improdutivos. Não é apenas uma questão financeira, mas também problema de cunho social, com aumento de quadros clínicos compatíveis com depressão, sintomas depressivos e prejuízo do convívio familiar.
Os fatores de risco para trombose venosa são frequentes em nossa população e muitas vezes são pouco valorizados. Procedimentos cirúrgicos, trombofilias, gravidez, puerpério, histórico familiar, traumas, uso de medicações contraceptivas, obesidade, neoplasias e doenças sistêmicas constituem os fatores de risco mais conhecidos. Além disso, quadros de imobilidade e restrição ao leito também predispõem a formação de trombos no sistema venoso.
A investigação clínica representa a melhor forma de prevenir as complicações associadas a trombose venosa. Sintomas usuais como dores nas pernas acompanhado de inchaço devem sempre levantar a hipótese de trombose venosa. Mesmo que não haja histórico de trauma, na presença de dor muscular associado a edema local, é necessário afastar o possível quadro de trombose em veias deste segmento corporal.
O dímero – D, um exame laboratorial muito utilizado durante a pandemia para avaliar quadros de trombose, pode auxiliar no diagnóstico, porém o Doppler Vascular deve ser realizado sempre que possível para a conclusão diagnóstica. Atualmente, o Doppler Vascular pode ser realizado no próprio consultório médico, facilitando o acesso ao exame de imagem e permitindo o diagnóstico precoce do quadro trombótico.
O tratamento da trombose e da embolia pulmonar é clínico com uso de medicações anticoagulantes. Profissionais dedicados ao tratamento da trombose venosa e da embolia pulmonar devem sempre ser consultados no caso de dores nas pernas e inchaço e também na presença de dores em outros segmentos do corpo. Para maiores informações, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.