Apesar da flexibilização do comércio, recentemente anunciada com a implantação da fase de transição do Plano São Paulo, a pandemia não está sob controle. As restrições a que fomos previamente submetidos diminuíram a média de casos diagnosticados, entretanto o número de mortes ainda é elevado, ultrapassando a média de 3 mil óbitos diários, a disponibilidade dos leitos de terapia intensiva está no limite de sua capacidade e os hospitais da nossa região suspenderam todas as cirurgias eletivas devido a falta de analgésicos, sedativos e relaxantes musculares, medicações necessárias para que uma pessoa seja intubada e respire com suporte ventilatório mecânico.
Neste contexto preocupante, é perceptível o aumento das intercorrências circulatórias em pacientes COVID positivo. Tenho frisado em minhas publicações a forte associação entre eventos trombóticos e a presença do Coronavírus em nosso organismo, fruto da “tempestade inflamatória” que deprime nosso sistema imunológico e predispõe a formação de coágulos de sangue em diferentes partes do corpo, especialmente no cérebro, coração, pulmão, rins e membros inferiores, aumentando as chances de uma pessoa evoluir com derrame, infarto do miocárdio, embolia pulmonar, trombose venosa profunda e trombose arterial.
Nestes últimos dias, Renan Dal Zotto, técnico da seleção brasileira de vôlei, que encontra-se atualmente internado, sedado e intubado com suporte ventilatório mecânico, foi submetido de forma emergencial a um procedimento endovascular devido trombose arterial aguda.
A trombose arterial aguda representa um quadro circulatório obstrutivo grave, decorrente da formação de trombos no sistema arterial, o que prejudica e até mesmo pode impedir o fluxo sanguíneo para órgãos vitais e para a extremidade do corpo. Uma pessoa vítima de trombose arterial aguda apresenta maior risco de perda do membro acometido, com necessidade de amputação. Nitidamente, o processo trombótico apresentado pelo técnico Renal Dal Zotto constitui um reflexo do impacto inflamatório do Coronavírus em sua circulação arterial.
As alterações circulatórias relacionadas ao Covid-19, todavia, não limitam-se aos membros inferiores. Recentemente, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, testou positivo para Covid-19 e foi internado para tratamento da pneumonia. Após este período de internação hospitalar, foi diagnosticado com derrame cerebral. Não foi comprovada associação entre o evento neurológico isquêmico e a vacina Coronavac, que o prefeito recebeu nos últimos dias.
O derrame cerebral apresentado pelo Prefeito Rafael Greca pode significar uma manifestação tardia da Covid-19, conhecida como “Síndrome Pós-Covid”, aonde sugere-se que a presença do vírus em nosso organismo mantêm um quadro inflamatório crônico que predispõe a sintomas e complicações circulatórias, mesmo após a alta hospitalar.
O Check-Up Vascular constitui a única forma de diagnosticar as complicações circulatórias decorrentes da Covid-19. Você já realizou seu Check-Up Vascular este ano? Caso ainda não o tenha feito, procure seu Cirurgião Vascular! Para mais informações sobre as alterações circulatórias durante a pandemia e como preveni-las, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.