RECOMENDAÇÕES QUE PREVINEM COMPLICAÇÕES CIRCULATÓRIAS DURANTE AS VIAGENS 

Durante viagens com duração maior do que 3 horas, existe o risco de eventos tromboembólicos. Este risco é maior conforme o tipo de pessoa em questão, seus antecedentes pessoais e a presença de fatores de risco para trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Independente do meio de transporte utilizado, se houver o desejo ou a necessidade de viajar, recomenda-se a avaliação com o Médico Vascular. 

Geralmente, quando caminhamos, ocorre um importante trabalho muscular na panturrilha que, além de fortalecer a musculatura e gastar a energia consumida, também promove a compressão dos grupamentos venosos da perna, fenômeno responsável por impulsionar o sangue da periferia do corpo em direção ao abdome, e como consequência, no sentido do coração, permitindo a perpetuação do circuito cardio – circulatório. 

A presença de fluxo sanguíneo nas veias da panturrilha é uma condição obrigatória para evitar a formação de trombos. Por outro lado, a estase sanguínea, observada nos casos de fluxo lentificado, constitui um dos três principais fatores responsáveis pela formação do grupamento plaquetário e sanguíneo, que caracteriza o trombo venoso que oclui as veias da pernas, causando a trombose venosa profunda. 

Durante viagens prolongadas, a falta de estímulo circulatório decorrente do tempo gasto na mesma posição, predispõe a eventos tromboembólicos, como a trombose venosa profunda. Dores nas pernas e inchaço representam sintomas identificados em pacientes após viagens com longa duração. Nestes casos, portanto, a trombose venosa configura-se como a primeira hipótese diagnóstica. 

Em pacientes idosos, gestantes, obesos e com antecedentes de trombose na família, o risco de trombose venosa e embolia pulmonar é ainda maior. Além disso, o uso de anticoncepcionais orais, o pós-operatório recente, o uso de cadeiras de roda e muletas e a necessidade de engessamento das pernas constituem importantes fatores de risco para eventos tromboembólicos naqueles que desejam viajar. 

A avaliação médica no período que antecede a viagem apresenta duas finalidades imediatas: (1) prevenir a trombose venosa com profilaxia e (2) otimizar o tratamento anticoagulante daqueles que estão na vigência do evento trombótico. Se você foi recentemente diagnosticado com trombose venosa profunda, recomenda-se não realizar viagens com tempo prolongado durante os primeiros três meses de tratamento com medicações anticoagulantes devido ao risco de evolução para embolia pulmonar. Nestes casos, as viagens de avião, em especial, devem ser postergadas. 

Por outro lado, se sua trombose é antiga, a avaliação com Doppler Vascular é obrigatória para avaliar o estado atual do sistema venoso acometido. Se houver recanalização vascular, isto é, se o sangue voltou a fluir dentro da veia, mesmo que parcialmente, o risco de embolia pulmonar é menor. Entretanto, a profilaxia com anticoagulantes é recomendada tanto na ida quanto no retorno.  

Se a pessoa nunca foi diagnosticada com trombose, a avaliação médica será concentrada na avaliação do sistema venoso com Doppler Vascular e em estimar o risco que a pessoa tem de desenvolver trombose. Profilaxia mecânica com meias elásticas anti-trombos e, até mesmo, anticoagulantes podem ser recomendados nestes casos. 

Durante o trajeto, exercícios e alongamentos que trabalhem a musculatura da panturrilha, caminhadas durante o vôo de cruzeiro e paradas estratégicas durante as viagens de carro ou ônibus são recomendados. Por fim, não esqueça de hidratar-se, mantendo a integridade do sistema circulatório. Para maiores informações, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br