DORES NAS PERNAS EM GESTANTE – UM SINAL DE ALERTA PARA TROMBOSE

Nesta semana, durante a rotina de atendimentos, fui comunicado que um senhor solicitou o agendamento de uma consulta com urgência para sua esposa que está grávida. Durante o atendimento telefônico, percebeu-se que ele estava bem ansioso e preocupado, na expectativa de que o atendimento fosse efetuado ainda no mesmo dia da sua solicitação.  

Devido a necessidade demonstrada pelo marido e pela paciente estar grávida, agilizamos o atendimento. Durante a consulta, questionei o período gestacional e o que motivou procurar um Médico Vascular. A resposta foi simples – “Estou entrando no nono mês e tenho uma veia dilatada na perna direita, próximo ao joelho, que simplesmente estourou! Está doendo bastante e não consigo andar direito, muito menos dobrar o joelho com facilidade”. 

Neste momento, ainda sem iniciar o exame físico, pensei em 2 possibilidades diagnósticas para minha cliente: (1) varizes e/ou (2) trombose superficial. Obviamente, outras patologias, como inflamações e lesões musculares também poderiam manifestar sintomas semelhantes aos apresentados pela paciente em questão. Entretanto, varizes e trombose representam entidades vasculares frequentes durante o período gestacional, com risco de complicações caso não seja efetuado o diagnóstico correto. 

Com o crescimento do útero gravídico, ocorre a compressão do sistema venoso pélvico, com consequente dificuldade da passagem do fluxo sanguíneo das veias dos membros inferiores em direção a região abdominal. A lentificação deste fluxo venoso, um fenômeno denominado Estase Sanguínea, predispõe a eventos tromboembólicos. 

Além disso, a mulher grávida compõe o grupo de pacientes portadores de Hipercoagulabilidade, que se caracteriza por uma predisposição orgânica a fenômenos trombóticos. Desta forma, a estase associada ao ambiente pró-coagulante aumentam o risco de uma gestante apresentar um quadro clínico compatível com trombose durante a evolução do seu período gestacional. 

A trombose pode ocorrer tanto em veias superficiais quanto em veias profundas. Dores nas pernas, veias inflamadas, dilatadas e endurecidas, inchaço e dificuldade para caminhar são frequentes na vigência do quadro trombótico. Além do acometimento venoso periférico, existe o risco da trombose evoluir para embolia pulmonar, com obstrução da circulação pulmonar. A embolia pulmonar em gestantes pode colocar em risco a vida materno e fetal. 

A profilaxia com baixas doses de anticoagulantes não é recomendada para todas as mulheres grávidas. Entretanto, a avaliação conjunta entre o Obstetra e o Médico Vascular podem auxiliar na definição da conduta clínica. Além disso, na presença de dores, inchaço, dificuldade para deambular e inflamações é necessário realizar o Doppler Vascular para descartar a presença de trombose em veias superficiais ou profundas. 

Por outro lado, o período gestacional também aumenta o risco de varizes. A sobrecarga venosa, em decorrência do crescimento do útero gravídico, aumenta a pressão sanguínea sobre as veias superficiais das pernas, degenerando sua parede. As varizes representam veias dilatadas e tortuosas, que perderam sua função primordial de contribuir com a drenagem venosa do membro inferior. Devido ao acúmulo de grandes quantidades de sangue na veia varicosa, existe o risco de flebite, sangramento, eczema e formação da úlcera venosa no membro acometido.  

Na paciente em questão, seu exame físico era compatível com trombose superficial, que foi imediatamente confirmada com a realização do Doppler Vascular. Portanto, na presença de dores nas pernas, inchaço, veias dilatadas e inflamadas e dificuldade para caminhar, procure seu Médico Vascular e faça seu Check Up. Para maiores informações, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.